Atuar como Oficial de Cartório e ser inovadora ao mesmo tempo. Será que é possível?
Hoje vamos conhecer Fernanda Leitao, Tabeliã do 15º Ofício de Notas – Rio de Janeiro, Membro da UINL e especialista em Blockchain Notarial, que está revolucionando em todos os sentidos a atividade cartorial.
RC: Como é a sua função de Tabeliã? Quais são os principais desafios?
FL: Pela natureza do trabalho, o tabelião exerce de forma privada, uma função pública, que tem por essência de seu serviço, a fé pública, atribuída do Estado ao Notário, da qual o profissional do direito atesta tudo o que ele considera verdadeiro e legal.
Desde 1998, quando assumi a delegação do 15° Ofício de Notas, defendo que os cartórios devem assumir algumas tarefas que hoje ainda são exclusivas do processo judicial, como forma de garantir mais agilidade para a realização de negócios e solução de conflitos de menor potencial litigioso e desafogar o judiciário. Eu vejo no notariado a solução para os problemas que o nosso país enfrenta, como a burocracia, filas e tempo de espera.
RC: Sabemos que você é convicta quando se trata de garantir a plenitude dos direitos civis para todos. Foi difícil conseguir implementar as inovações que você se propôs através da sua atividade como Tabeliã?
FL: Acredito que o cartório desempenha um papel social muito importante na garantia do direito e da cidadania. Eu sempre defendi a inserção da atividade notarial no mundo digital, algo que sempre foi visto com muita resistência. No entanto, após a pandemia, um grande passo para a modernização foi dado com o Provimento n° 100 do Conselho Nacional de Justiça.
Por sorte, e também competência das serventias extrajudiciais, a população aprovou a adoção do meio digital como ferramenta notarial, confirmando que os avanços tecnológicos com a expertise de quase cinco séculos de atuação no país, inspiram cada vez mais confiança.
RC: Qual você acha que é o papel de um líder em uma organização? Seja uma empresa com atividade exclusivamente privada ou uma entidade que presta serviços públicos?
FL: Eu escolhi uma profissão majoritariamente masculina. Como tabeliã e gestora, sempre identifiquei que as empresas devem incorporar em seus negócios valores e práticas que visem à equidade de gênero e a diversidade. Agora esses princípios são práticos reais de negócios em todo o mundo.
Com o crescimento do cartório – já temos 260 colaboradores – vimos a necessidade de ampliar nossas ações e nos tornamos signatários dos Princípios do Empoderamento das Mulheres, da ONU.
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Como podemos ver, Fernanda é líder de muitas inovações jurídicas e de gestão, tanto da sua atividade como da forma de se relacionar com clientes e outras entidades da sociedade. Além disso, tem uma carreira brilhante e é referência para muitos, inclusive para a Revista da Carreira.
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